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Por João Francisco de Oliveira Lobato, Diretor de Sustentabilidade e Novos Negócios da QCP

Imagem decorativa sobre sustentabilidade e inovação: como as empresas brasileiras podem liderar o futuro do ESG

A constante mudança da economia global e dos negócios incentivam que empresas se comprometam cada vez mais em promover a responsabilidade ambiental, iniciativas sociais e governança corporativa, formando uma aliança entre a sustentabilidade e inovação.

Sustentabilidade já não é mais pauta adjacente, mas prioridade em qualquer negócio. 

Valores alinhados ao ESG tornam empresas mais competitivas, resilientes e inovadoras, com maior credibilidade e reputação perante investidores e consumidores, proporcionando relações de confiança, colaboração e permanência.

Há crescente valorização de posturas responsivas e expectativa da sociedade por empresas conscientes de seus impactos, que modificam suas ações no presente para colaborar com um futuro diferente – e, do ponto de vista ESG, ele promete ser desafiador.

A nova edição da Pesquisa Panorama ESG revela que 71% das empresas brasileiras estão adotando práticas ESG em 2024, um aumento expressivo em relação ao ano anterior, cujo índice era de 47%.

Mas, para uma real transformação, a preocupação com a sustentabilidade deve estar inserida no propósito de uma empresa e em suas declarações corporativas. Portanto, antes de definir objetivos e alinhar metas às diretrizes da ONU, é fundamental compreender o próprio modelo de negócio e impacto.

De quem é a responsabilidade de liderar a agenda ESG?

Ainda de acordo com essa pesquisa, a responsabilidade recai especialmente nos executivos de organizações, para que desenvolvam estratégias e boas práticas: a liderança da agenda está nas mãos especialmente dos CEOs (77%), com o apoio do governo (67%).

Para garantir que as práticas ESG tenham sucesso nas organizações, é imperativo pensar em ações como a capacitação de e desenvolvimento de colaboradores, a integração da sustentabilidade na estratégia de negócios e previsão de orçamentos específicos, além de recursos financeiros para viabilizar as iniciativas.

Todas essas ações podem ser delimitadas em um planejamento estratégico, que concederá à organização visão mais clara do futuro para liderar sua própria jornada e ganhar força para atrair mais pessoas à causa.

“Estabelecer uma agenda estratégica de sustentabilidade, portanto, é ponto de partida fundamental para desenvolver um negócio com menos riscos e impactos mais positivos”.

Com abordagem estruturada e integrada, melhoria pode ser sentida na eficiência e impacto, garantindo também crescimento sustentável e responsável a longo prazo.

O futuro do ESG é colaborativo

A saúde financeira de uma empresa, isoladamente, já não é mais suficiente para atrair investidores. Uma caminhada compartilhada nos leva mais longe, e isso vale também para a prosperidade dos negócios no contexto do ESG.

É fato que nenhuma empresa pode resolver todos os problemas do mundo sozinha. Nesse sentido, colaborar com a solução de problemas sistêmicos tornou o processo administrativo mais estratégico e eficiente.

Uma agenda ESG estratégica também aumenta a geração de valor financeiro e oportunidades de mercado – e, para aproveitá-las, deve ter direção e foco claro para essas colaborações, considerando os riscos, oportunidades e impactos mais relevantes para as partes envolvidas.

Inovação e ESG: uma agenda compartilhada

Sustentabilidade e inovação, enquanto ESG, são aliados: as novas tecnologias e metodologias trazem soluções estratégicas aos problemas socioambientais emergentes.

Tecnologias sustentáveis têm se destacado como uma das principais tendências do mercado moderno e fomentando setores como energia renovável, eficiência energética, transporte e agronegócio.

A agricultura de precisão, por exemplo, atua em um dos nossos principais problemas ambientais no Brasil, a necessidade de novas áreas para expansão da produção. Essa tecnologia alia a produtividade à redução do impacto, e que está em expansão no mundo, prometendo um crescimento de 61% até 2026.

Essa inovação é um dos principais drivers que impulsiona as agtechs, modelos de negócios que operam com inovações no agronegócio, e o Brasil já lidera o mercado na América Latina, compondo 76,5% do total, de acordo com o relatório Agtech Report 2023.

O transporte elétrico também é inovação que está no centro do palco da transição para mobilidades mais sustentáveis. Energia solar segue como alternativa sustentável e acessível, e as baterias de armazenamento de energia complementam a maximização das energias renováveis.

É importante destacar a Internet das Coisas (IoT), tecnologia emergente que conecta dispositivos físicos em uma rede interconectada, permitindo a coleta e o compartilhamento de dados através da internet.

Outras ferramentas e abordagens promissoras de atuação abrangente são: produção mais limpa e circular, transporte e mobilidade sustentável, processos NET-Zero, com balanços positivos de externalidades e valorização de serviços ambientais.

ESG: perspectivas de mensuração e regulamentação 

Não existe atualmente órgão específico que faça a gestão do ESG no país, e esse é um dos principais desafios para a mensuração e compreensão concreta sobre a direção e o progresso destas iniciativas.

É concebível que o governo e ou entidades privadas criem esse órgão regulador num futuro não tão distante, diante do crescimento desta agenda.

Enquanto isso, algumas empresas já estão fazendo a sua parte e atuam no Brasil como bússolas de boas práticas e mapeamento de impacto.

A B3, Bolsa de Valores do Brasil, lançou recentemente o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), com orientação de boas práticas de sustentabilidade e governança para investidores e empresas, promovendo transparência e visibilidade no mercado.

O GRI, Global Reporting Initiative, tem inspirado diretrizes, permitindo que empresas brasileiras se alinhem aos padrões globais ao fornecer uma estrutura sólida e reconhecida internacionalmente.

Temos também o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, uma coalizão que reúne empresas de diversos setores comprometidas com o desenvolvimento sustentável.

O CEBDS atua como uma plataforma de diálogo entre empresas, sociedade civil e governo, contribuindo para a formulação de políticas públicas e iniciativas empresariais voltadas ao ESG.

A partir deste ano, empresas de capital aberto listadas na B3 poderão reportar voluntariamente suas informações financeiras relacionadas à sustentabilidade (indicadores ESG), e se tornará obrigatória esse relatório a partir de 2026.

Integrando um programa de jornada estratégica ESG na prática

Implementar metas de sustentabilidade pode ser desafiador, exigindo estratégia, repertório, experiência, conhecimento do setor, boas práticas e soluções específicas.

Com expertise de mais de 20 anos em políticas públicas e terceiro setor, a QCP oferece programa estratégico com ferramentas adaptadas a cada realidade institucional, focando tanto na responsabilidade socioambiental quanto no desempenho e rentabilidade.

Desenvolvemos e implementamos estratégias, políticas, produtos e serviços que geram valor por meio de práticas socioambientais inovadoras. Em ações moldadas conforme a necessidade e demanda, cria-se oportunidades de ganhos reputacionais e operacionais.

Com isso, auxiliamos empresas a se tornarem ambiental e socialmente responsáveis, melhorando sua sustentabilidade e reduzindo o impacto negativo socioambiental.

A crescente demanda de ações ESG reforça que a sustentabilidade não é mais uma opção, mas objetivo de empresas e negócios que querem se manter atualizados para os novos tempos e prosperar a longo prazo – e essa jornada pode começar agora.

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